De alguns anos para cá, muitos brasileiros estão descobrindo como a educação financeira é fundamental para evitar dívidas, realizar sonhos e viver uma vida mais confortável a longo prazo.
Mas não são só os adultos que devem aprender a cuidar melhor do seu dinheiro e se planejar para o futuro. É importantíssimo ensinar as crianças sobre conceitos básicos de educação financeira também.
Neste artigo, vamos explorar a relevância desse tema na vida dos pequenos e como introduzir a educação financeira de forma eficiente e natural.
Por que devemos ensinar educação financeira para as crianças?
Embora o dinheiro só vá fazer parte, ativamente, da vida depois que nos tornamos adultos, passamos a receber salários e arcar com nossas próprias despesas, é fundamental transmitir alguns conceitos de educação financeira desde cedo.
Ainda que não tenha acesso ao próprio dinheiro, crianças de 2 ou 3 anos já são capazes de compreender que, para ter um novo brinquedo ou fazer um passeio, os pais precisam gastar dinheiro.
Elas também já entendem que esse dinheiro é recebido pelo desempenho de uma tarefa e é finito. Primeiro os pais trabalham, depois recebem seus pagamentos. E ora eles têm dinheiro e podem gastá-lo, e ora não têm.
Fazer com que as crianças comecem a absorver essa lógica desde cedo traz inúmeros benefícios:
Melhora a capacidade de compreensão: é natural que as crianças façam a famosa “birra” quando não têm o que desejam. Chorar, gritar e espernear quando os pais dizem que não podem comprar algo é um dos pesadelos parentais mais recorrentes.
Porém, introduzir a lógica financeira na vida dos filhos ajuda os pequenos a lidarem melhor com as frustrações e serem mais compreensivos sobre o que podem ou não ter, de acordo com o valor que seus pais dispõem.
Nesse sentido, ao invés de dizer “não vou comprar, é muito caro!” é possível explicar que “esse não podemos comprar. Vamos ver outros brinquedos que você gosta, e eu te digo qual deles podemos pagar”.
Valoriza aquilo que têm: muitos pais se ressentem porque seus filhos tratam os brinquedos como se fossem descartáveis. Mas isso, muitas vezes, acontece porque eles não têm noção de que aquilo que têm demandou muito esforço de seus pais.
Entender que o trabalho dos pais está diretamente ligado ao que ela pode desfrutar é um dos melhores caminhos para que a criança valorize mais seus brinquedos e itens pessoais e aprenda a cuidar deles com mais carinho e responsabilidade.
Desenvolve a capacidade de gestão
Para os pais que são favoráveis a mesadas, é possível ligar esse recebimento a um cumprimento de tarefas. Essas atividades, obviamente, devem estar de acordo com as capacidades físicas e mentais de cada faixa etária.
Nesse cenário, a criança tem uma visão mais prática de que a execução de um “trabalho” gera um recebimento. E esse recebimento pode ser convertido em algo que a agrada, como tomar um sorvete ou comprar um brinquedo.
Ela também passa a entender que alguns itens são mais caros que outros e que, para tê-los, é necessário guardar seu dinheiro até ter todo o valor necessário para conseguir o que quer.
Essa prática introduz conceitos preciosos como noções de administração financeira, poupança, despesas e receita. E tudo isso ajuda a desenvolver habilidades de ponderação e tomada de decisão para o futuro.
Como ensinar educação financeira para crianças?
Existem muitos caminhos para introduzir temas relacionados à educação financeira na vida dos pequenos. Livros, jogos e até mesmo uma boa conversa vão ajudar as crianças a compreender melhor o funcionamento do dinheiro e como devem lidar com ele.
O mais importante na hora de conversar sobre finanças é adotar uma linguagem clara e simples e notar até onde a criança compreende.
De nada adianta tentar explicar tudo de uma vez só, ou falar sobre conceitos avançados para uma criança muito jovem. O ideal é abordar o assunto de forma natural e paciente, apresentando os temas gradativamente e de uma maneira atrativa para os pequenos.
Dessa forma, eles não vão crescer com medo das finanças e com preconceitos com relação ao dinheiro, como muita gente ainda vive hoje. E serão adultos mais confiantes, organizados e com competências suficientes para se tornarem bem-sucedidos no futuro!